Integrantes do Observatório Social de Itajaí visitam obra do Largo da Matriz

Desde o início das obras, a instituição cobra do poder público a aplicação de maneira sustentável dos recursos, inclusive apresentando soluções para baratear custos como no caso dos equipamentos para os parques infantis instalados no local.

Já está praticamente concluída a obra de revitalização do Largo da Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento em Itajaí. Com recursos do Fonplata (Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata), a obra custou de acordo com dados da prefeitura, R$3,109.867,00. Tinha prazo para ser entregue em dezembro de 2019, o que não aconteceu devido atraso da construtora contratada. Integrantes do Observatório Social de Itajaí vem acompanhando a execução desde o início, fazendo análise do andamento da obra e apontando soluções à prefeitura. Os técnicos do Observatório registraram passo a passo a evolução da revitalização do espaço, analisando o material aplicado na questão de qualidade conforme o projeto. Uma das soluções apresentadas na análise do processo foi sobre os equipamentos dos parques infantis instalados no local. Os equipamentos de plástico no começo do projeto de revitalização eram itens que seriam importados para formar o playground. Nas visitas feitas à obra e na análise do processo licitatório, os integrantes do Observatório Social de Itajaí questionaram os valores, assim como sugeriram a troca por produtos nacionais. A prefeitura resolveu suprimir do contrato os materiais importados, o que promoveu uma redução significativa nos custos. Os dois parquinhos infantis com 2 e 4 torres instaladas no Largo da Matriz foram obtidos através de pregão já existente, com valor total de R$61.360,00. Os brinquedos diferenciados que estavam previstos no projeto, tinham o custo de R$535.165,01 e foram suprimidos do contrato em comum acordo desde março de 2020. Na fase de conclusão dos trabalhos, voluntários do Observatório, fizeram mais uma visita para constatar a aplicabilidade dos recursos. Para o presidente do Observatório Social de Itajaí, Paulo Sabatke Filho, um dos agravantes é que a prefeitura não entregou a obra no prazo estipulado. Outro problema constatado é que a mão de obra não condiz com o custo total. Sabatke filho salienta que o material foi comprado conforme solicitado, mas que não teve profissionais adequados para executar o projeto. Aponta irregularidades como a colocação dos pisos e outros problemas na má qualidade na execução que não condizem com o valor do projeto com acabamentos que são insuficientes. “Nos temos a missão de acompanhar onde é aplicado o dinheiro público, de sugerir mudanças como aconteceu com o caso dos equipamentos dos parques infantis e esse trabalho resulta em economia para o cofre do município. E a população também tem que participar para também observar as obras provenientes das licitações”. Voluntários do Observatório Social, Maurício Reiser, um dos integrantes da visita à obra, afirma que pelo valor gasto, a revitalização deveria ficar melhor está abaixo do esperado.” Há muito mais coisa a ser feita. Se você dar uma nota, daria 6”. O voluntário Cláudio Melo, que acompanhou o processo, fazendo as análises da execução, a qualidade da mão de obra foi insuficiente. Faltam acabamentos e o por causa da complexidade do projeto arquitetônico faltaram profissionais especializados para esse acabamento, deixando irregularidades em curvas, juntas. Houve correções, mas, mesmo assim, a qualidade ficou comprometida .“Essa é uma obra que tem uma grande visibilidade porque é no centro da cidade e infelizmente se nota que foi investido um dinheiro muito alto com uma qualidade final que foi insuficiente”, completa Melo. A obra ainda não tem prazo final para ser entregue à população.
Sobre o Observatório Social de Itajaí

O Observatório Social de Itajaí, foi a primeira instituição do gênero fundada em Santa Catarina, tendo como base, o de Maringá, o primeiro a ser instalado no Brasil. E mantido por entidades e empresas como a Associação Empresarial de Itajaí, responsável pela fundação do Observatório na cidade, pela CDL, Sindicont, Lions Club Itajaí, Lex Contabilidade, Max Imóveis e Oficina Dois Irmãos. Tem também parceiros e apoiadores como a Auditar, DC Logístics, Sindilojas, OAB Subseção Itajaí e Univali. A missão do Observatório, validada pelos apoiadores é se dedicar ao controle fiscal e a educação para a cidadania, realizando o monitoramento e contribuindo para melhoria na gestão pública. A função não é fiscalizar e sim observar e apontar soluções que possam trazer benefícios ao município e em consequência ao cidadão.

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